Barrada no Baile

As pessoas devem estar se perguntando o porquê de tanta revolta nessa quinta-feira ensolarada.Tudo começou em dezembro, quando a Dduck club me cobrou 100,00 porque eu tinha perdido a cartela.Na cartela de consumo esta escrito que em casa de extravio você deve pagar um valor de 500,00.

Para barganhar esse valor, ofereceram 100,00 para me liberarem da casa. Esse tipo de ação pela casa noturna é ilegal, a casa noturna, bar, restaurante que deve ter um segundo controle do seu consumo.

O Estabelecimento não pode colocar a responsabilidade nas mãos do cliente, assim sendo se ela não tem controle e não pode provar o que e quanto o cliente consumiu, o mesmo pode declarar o que e quanto consumiu.

Fato presente, paguei os 100,00 reais e entrei com uma ação no Procon para saber mais dos meus direitos (pois antes disso eu não sabia) e foi marcada inclusive uma audiciência de conciliação com a casa, que ainda não ocorreu.Um evento fatídico ocorreu ontem, dia 01/02/2012. Estou com meus amigos no bar e resolvemos ir numa boate, escolheram a Dduck e fui com eles, lá chegando e após enfrentar a fila durante cerca de meia hora, após inclusive preencher a cartela e entrar na primeira porta, um segurança que responde pelo nome de Geovane, tentou, repito: tentou, me retirar da casa (fez um gesto que ia me tocar e pegar minha cartela mas eu desviei) alegando o seguinte: "Katiusca, a você tem um processo em andamento com a casa e por isso você não pode permanecer aqui, me devolva sua cartela por favor".

Diante de tal fato, disse que não iria sair, ele ficou me coagindo na subida da escada. Quando chamei a polícia me foi pedido o endereço do local, ao perguntar ao gerente, que responde pelo nome de Maurício, o mesmo disse o seguinte:"Procure no processo, lá tem o endereço" e em uma outra tentativa de descobrir o endereço ele disse: "Não sei, olha a polícia não vai assim não, a polícia não fest-food". Depois de 4 ligações para a polícia militar (só consegui atendimento depois que dei o numero em frente da casa noturna) que recebi a viatura.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Enquanto esperava a viatura entre a parte do caixa e escada, escutei um homem, que se não me engano chama-se Mauro, este estava dando instruções para o segurança Geovane e algumas frases foram: "Vocês tem que alegar que não barraram ela em momento algum""Vocês não podem barrar porque a portaria é livre."

Quanto a viatura da polícia chegou, os seguranças não queriam me deixar sair para ir lá fora conversar com o policial, alegando que eu não poderia sair com a cartela e somente após meu amigo começar a gritar que liberaram a minha saída, porém coagiram meu amigo a me acompanhar, ao que consta cárcere privado. Além de bloquearem sua saída, deram o soco no braço do meu amigo, o empurraram ( 3 seguranças de grande estatura).

Depois que a viatura chegou e enquanto eu esperava meus amigos para darem os dados como testemunha escuto claramente uma conversa bem amigável entre o segurança, o gerente e os policiais, conversa que ia desde de a possíveis contratações para amigos dentro da boate (como segurança) e como funcionam as festas e como a noite é difícil pela Savassi.

Outra frase épica do Maurício, gerente da Dduck foi a seguinte: "Em nenhum momento barramos você, prova disso é a cartela". Eu respondi que isso não provava nada e que eu não era idiota. Ele respondeu o seguinte: "Você acha que vai provar com seus amiguinhos de merda como testemunha?"

Diante de tais fatos, venho mostrar minha indignação pela falta de respeito, pela humilhação e cinismo do segurança, gerente e até mesmo policiais. Quero esclarecer que frequentei durante anos, várias vezes por mês a casa noturna Mary in Hell, que são dos mesmos donos e direção, tinha 2 sócios como amigos no facebook e recebei constantemente convites e emails para festas nos estabelecimentos. Em cerca de 4 anos nunca dei nenhum problema para a casa e fui tratada ontem como se eu fosse uma vagabunda e estava errada por requerer meus direitos na justiça.

Ora, se queimar por uma devolução de valor cobrado indevido? Vocês recebem muitos clientes por noite, não precisavam apelar ao ponto de entregarem que são medíocres e cínicos.

Fiquem espertos e atentos aos seus direitos, se não acreditarnos na justiça nunca poderemos reclamar nossos direitos e assim perderemos a liberdade, a igualdade e inclusão.

Não podemos fechar os olhos para esses tipos de abusos de autoridade e poder, não podemos cruzar os braços e pensar que um dia as coisas se resolvam sozinhas.

A parte mais engraçada disso tudo é a "cara de pau", a "cara deslavada" que os responsáveis da casa tiveram em alegar que não me barraram em momento algum, eles querem dizer: eu sou louca e ao invés de aproveitar minha noite com meus amigos, eu quero passar a noite lá fora, ao lado do carro da polícia, sendo vista por todos como criminosa e barraqueira.

Outra parte interessante:
"Os burros que carregam a carga que movem os moinhos". Os dois donos da Casa: Lucas Feliz e Túlio Borges estiveram presentes no local e em nenhum momento foram até o carro de polícia, passaram energicamente e dando ordens. Esses leões que impuseram uma autoridade ilegal, não passam de assalariados que defendem o lugar que trabalham pois sem este serão mais uma estatística de desempregados.

*Atualizando: Segunda-feria dia 06/02/2012 Túlio Borges , um dos sócios da Dduck aceitou em pagar $46,00 em dobro (que foi o valor que paguei a mais indevidamente), totalizando $92,00 durante a audiência de conciliação no Procon-MG. Pagou em espécia e no momento da audiência.
Segundo o código de defesa do consumidor um valor cobrado indevidamente deve ser ressarcido em dobro.